BATALHA NA MATA DA PIRELLI – I

Ecos na blogosfera do meu quase-sobrinho, CJK, sobre a audiência pública do “Refúgio Silvestre” da Marituba, antiga Fazenda Pirelli.

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ÀS ARMAS

Não aceito a posição do governo do Estado de aproveitar a área da antiga Fazenda Pirelli, em Marituba, para construir habitações.

Acompanho este assunto há muito tempo, já visitei a área várias vezes e fiz parte da comissão que aconselhou o governador Almir Gabriel a adquiri-la, propondo a preservação total e a recuperação das áreas que estavam sendo utilizadas para a pecuária.

Participei também de várias reuniões, e viajei ao exterior para tentar atrair investimentos para a utilização da área como parque eco-turístico.

Depois não participei mais desta discussão, infelizmente, acho que poderia ter contribuido mais. Entretanto, nunca tive dúvidas do verdadeiro tesouro que é contar com uma área destas em plena região metropolitana da capital.

Este assunto cheira a tramóia das grossas, para favorecer esquema já montado com a construtora X e a incorporadora Y.

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A Imprensa estar calada sobre isso, acho até natural, os interesse$ são grande$.

Mas incomoda muito o silêncio dos MP’s, das ONG’s e de alguns políticos, tão ativos e indignados em outras questões. Será que é porque não temos nem índios, nem sem-terras, nem denúncia de correspondentes estrangeiros neste assunto?

Não se comovem os doutos e zelosos rapazes e moças dos MP’s, as bem informadas ONG’s e os políticos “progressistas” com o fato de sermos apenas “cidadãos comuns” em busca de qualidade de vida?

E a população que nem sabe que esta área existe, mas que pode ser afetada de forma profundamente negativa? Como é que fica?

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A versão oficial é de que será criado um “Parque” na área, de 63 km², e que se pretende tirar cerca de 10 km², que “já estão degradados”, para a construção de casas populares.

Amanhã se realiza uma audiência pública em Marituba, convocada pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente, dizque para ouvir a população sobre a criação da nova Unidade de Conservação – como são chamados tecnicamente os parques e reservas, e até para decidir o nome do futuro parque.

Mas a história de dizer que vai se construir somente nas áreas degradadas entra em contradição direta com uma preocupação exposta pelo próprio governo, nas suas justificativas em favor do seu projeto. Afirmam as autoridades que a nova reserva estadual precisará de bastante proteção, pois fica muito próxima à capital do estado, em uma região bastante populosa e que já sofreu muito desmatamento.

Ora, se já existe “pressão” sobre as áreas de floresta hoje, imaginem quando se colocar ali dentro mais algumas dezenas de milhares de pessoas! Chego a desconfiar que a degradação ambiental que vai inevitavelmente ocorrer sobre as outras áreas já está sendo prevista, para daqui a pouco irem se apropriando de seu entorno.

Vamos lembrar que naquela área estão os dois únicos rios não poluídos em área urbana no Brasil, o Uriboca e o Uriboquinha, não é mesmo, mestre André?

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Vejam um mapa do local: